sexta-feira, 3 de julho de 2020

Mega Kombat

A trilogia de combates mortais e sanguinários não poderia faltar em minha coleção de jogos do Mega Drive.


Preciso comentar sobre Mortal Kombat? O jogo de luta lançado nos fliperamas pela Midway, em 1992, que rivalizou brilhantemente com Street Fighter II, gerou todo tipo de produtos relacionados, HQs, filmes, desenhos animados. E se estabeleceu como o primeiro capítulo de uma franquia duradoura. Não precisaria, mas comentei.

Quando foi anunciado que Mortal Kombat receberia edições para consoles de videogame, o furor foi forte. Tempos depois. as primeiras imagens foram divulgadas. A versão do Mega Drive parecia rudimentar e, além disso, estas primeiras imagens se mostraram diferentes do produto final. Tudo isto você já sabe, se leu meu texto sobre a versão beta do jogo.


Pois bem, assim que as revistas começaram a noticiar e o burburinho tomou conta de todas as conversas, não havia mais o que fazer, exceto adquirir a obra. E o fiz em uma locadora. O dono de uma das locadoras que eu freqüentava avisou que o jogo chegaria à sua loja e perguntou se eu teria interesse em uma cópia (obviamente, piratex). Foi o mesmo que perguntar se as Tartarugas Ninja gostam de pizza (ou se eu gosto de pizza). Prontamente respondi que sim. Alguns dias se passaram e recebi um aviso de que estava disponível para retirada. Corri para a locadora. O dono não estava, mas havia deixado o produto separado para mim. O atendente recolheu o pagamento, abriu uma gaveta e de dentro dela retirou o conteúdo da imagem abaixo:


O cartucho e um papel que servia como "capa". A "capa" nada mais é do que uma arte impressa em papel fotográfico, mas com a coloração em baixa qualidade, a parecer desbotada. O pirateiro amigo simplesmente acondicionou o produto e esta "foto" em um pequeno saco plástico. Nada de estojo para acondicionar o material. Mais piratex impossível. A bela arte, na verdade, consta no verso da HQ lançada oficialmente pela Midway, nos Estados Unidos.


O cartucho vai no mesmo embalo. Outro papel fotográfico com impressão de baixa qualidade, colado na frente, com a mesma arte da "capa". O verso tem avisos de cuidado para utilização.


E como não havia manual de instruções ou algo similar, me dei ao trabalho de produzir um folheto que listava todos os golpes e fatalities de todos os personagens, bem como os códigos secretos. É a pirataria a estimular a criatividade. Há charme tosco melhor do que este?


Mesmo assim, comprei a edição 26 da revista Supergame, que oferecia ampla análise sobre o jogo. As revistas Ação Games #44 e VideoGame #31 também trouxeram todos os detalhes, golpes e segredos da produção. Adquiri todas, esteja certo.

 
Foi justamente a VideoGame #31 que cristalizou em minha memória o sensacional e mortal golpe Sokonosako.


A versão do jogo presente no meu cartucho ultra-piratex é a primeira, hoje chamada REV 00. Uma revisão, conhecida como REV 01, foi disponibilizada logo depois, com discretas mudanças. Apesar de serem quase idênticas, há como diferenciá-las. Basta observar quando um fatality é executado: se for reproduzida uma música diferente para o golpe fatal, é a REV 01.


Aproveito e compartilho um vídeo com o jogo até o fim, com Scorpion. No nível mais fácil, é verdade, apenas para demonstrar a obra. E com direito a ABACABB e DULLARD (os dois códigos secretos: o primeiro para liberar sangue e fatalities; o segundo, para opções secretas).


No ano seguinte, a história se repetiu. Mortal Kombat II foi anunciado, revistas a noticiar e a molecada em polvorosa. Não me fiz de rogado. Jogo adquirido. Outra vez, cópia piratex.
   

Desta vez, com um pouco mais de elegância. Um estojo, uma capa com frente e verso e um cartucho com bela etiqueta, tudo com boa impressão.


O cartucho estampa, nos lados e no verso, a marca T&T Technology Corp. Outros itens desta marca constam em minha coleção piratex.


Novamente, me vi na necessidade de criar um manual para o jogo, para registrar todos os golpes e segredos da produção. Comprei revistas que traziam todas as informações, mas ter este guia, guardado dentro do estojo, junto com o cartucho, era uma questão de praticidade e conveniência. E tudo regado ao mais puro primor artístico deste singelo escriba.


Se não me falha a memória, a edição 5 da revista SuperGamePower foi a primeira que adquiri, a oferecer os primeiros vislumbres das conversões para todos os sistemas, comparações com o original dos fliperamas e uma entrevista com John Tobias. E uma bela arte de capa.

 
As edições 67 e 68 da Ação Games também encontraram lugar em minha coleção. Trouxeram todos os golpes e segredos do jogo.

 
  
A versão piratex de meu cartucho não apresenta logotipos e créditos da Sega e demais produtoras ao ligar o console. Vai direto para a introdução do jogo. Exceto por este detalhe, não parece ter maiores diferenças em relação à versão oficial, com direito a menu de opções secretas, Fergality e tudo mais.


Mais um ano se passou, mais um jogo da franquia para o Mega Drive. Minha cópia de Mortal Kombat 3 seguiu os mesmos moldes de seu antecessor.


Novamente, uma capa com boa impressão. E sem qualquer menção às legítimas empresas desenvolvedoras do jogo.


O cartucho não tem marca. Em seu verso, apenas avisos de utilização do produto.


Desta feita, entretanto, não tive paciência para criar um manual. E neste jogo, com o maior número de personagens, decorar cada golpe, fatality e código diverso se tornou inviável. Assim, adquiri uma edição especial da revista Ação Games, que tratava somente deste título, com todas as informações necessárias, para diversos sistemas.


A revista SuperGamePower #21 também entrou para minha coleção e apresentou breves resenhas do jogo para Mega Drive e Super NES, além dos golpes de todos os personagens.


O versão do jogo presente em meu cartucho piratex parece ser diferente de todas as outras que encontrei nas interwebz. Ao ligar o videogame, a introdução do jogo sempre acontece no cenário do metrô, seguido da biografia de Sonya Blade. Na versão oficial (e em todas as outras que conseguir testar), tanto o cenário quanto a biografia são apresentados aleatoriamente. Se há diferenças no jogo em si, nos combates, não consegui constatar.


E foi assim que apreciei a trilogia clássica de Mortal Kombat no Mega Drive. Não cheguei a jogar Ultimate Mortal Kombat 3 no sistema (só fui ver tal obra nos tempos da emulação). E quando a franquia se moveu para os gráficos poligonais e ambientes 3D, meu interesse diminuiu, embora tenha participado de diversas jogatinas de Mortal Kombat 4, no Playstation de um amigo. No fim das contas, minhas preferências sempre se voltam para os três primeiros jogos. E estes, ah, estes muito joguei no glorioso Mega Drive.