Títulos esportivos também têm seu lugar em minha coleção de jogos do Mega Drive.
Jogos baseados em populares esportes apareceram no Mega Drive desde seus primeiros dias. E o futebol esteve representado, em especial, por World Championship Soccer, lançado no Brasil, pela Tec Toy, como "Super Futebol".
Outros jogos, como World Trophy Soccer, também se destacavam. Entretanto, estes títulos nem sempre conseguiam simular o esporte com fidelidade e riqueza de detalhes. Isto começou a mudar em 1994, quando a Electronic Arts lançou FIFA International Soccer para o Mega Drive, na onda da Copa do Mundo daquele ano.
Diferente da maioria, que mostrava o jogo em visão aérea ou visão lateral, aqui a partida é mostrada em perspectiva isométrica (curiosamente, muitos jogos lançados neste período também utilizam esta apresentação; quem "imitou" quem ninguém sabe). Os movimentos dos jogadores em campo possuem uma fluidez inédita até então. Os torcedores se movem e interagem. Quando um gol acontece, animações são mostradas em um telão. E o jogo oferece diversas opções, entre táticas, substituições, faltas, impedimentos, expulsões e replay, que tornam a simulação mais fidedigna ao esporte real.
Um golaço de bicicleta? Confira comigo no replay.
Até onde lembro, a revista Supergame #31 foi a primeira que comprei com informações sobre o jogo (com destaque para a possibilidade de quatro jogadores simultâneos, através do dispositivo 4 Way Play).
A revista VideoGame também trouxe detalhes sobre a produção, em sua edição de número 36.
Portanto, era chegado o momento de inserir um jogo de esporte na coleção. Na próxima jornada à loja piratex, adivinhe...
A capa traz jogadores em plena disputa pela pelota. O verso oferece imagens e informações do jogo. Não há qualquer crédito às empresas desenvolvedoras. Na lombada, além do título do jogo, um gráfico de cotação típico da revista estadunidense GamePro (e reproduzido por outras revistas brasileiras que utilizavam matérias da publicação estrangeira, como SuperGame e SuperGamePower).
O cartucho repete a arte da capa. Não há marcas das empresas desenvolvedoras, tão pouco de alguma empresa piratex. No verso, apenas avisos de cuidado na utilização do item.
Na versão de meu cartucho piratex, a tela-título foi modificada e os créditos da Sega e da Electronic Arts foram removidos. A tela inicial da EA Sports (aquela da antológica frase "Ih Ei Sports... Xini-guém") também está ausente. Mas o jogo em si, até onde constatei, se mantém igual ao original.
E muito joguei, sozinho ou, como deve ser, em clássicos embates com meu irmão e amigos. Por um breve momento, FIFA International Soccer foi mesmo o melhor jogo de futebol disponível. Obviamente isto mudou quando um tal de International Superstar Soccer Deluxe surgiu no horizonte (junto com seu primo piratex "Futebol Brasileiro '96"). Mas até que isto acontecesse, este foi um sólido título. Contava inclusive com um árbitro em campo (acredite, era algo incomum naqueles tempos). Quem nunca correu do "seu juiz" quando ele vinha aplicar um cartão, não sabe o que é a "molecagem raiz".
Nesta época, adquiri uma edição especial da revista Ação Games, com foco em jogos esportivos e com diversas informações e dicas para FIFA International Soccer.
Com o grande sucesso, era óbvio que mais jogos seriam produzidos (o que deu origem a uma série que perdura até os dias atuais). Portanto, no ano seguinte, lá estava eu de novo, pronto para mais sensações futebolísticas isométricas em 16 bits. E desta vez, não apenas com seleções mundiais, mas com direito a times de vários países, inclusive do Brasil.
Com o grande sucesso, era óbvio que mais jogos seriam produzidos (o que deu origem a uma série que perdura até os dias atuais). Portanto, no ano seguinte, lá estava eu de novo, pronto para mais sensações futebolísticas isométricas em 16 bits. E desta vez, não apenas com seleções mundiais, mas com direito a times de vários países, inclusive do Brasil.
Novamente um produto piratex. A capa não faz qualquer menção à Sega ou à Electronic Arts, na frente ou verso.
O cartucho tem a marca T&T no verso. Mais um desta singela empresa piratex em minha coleção.
À época do lançamento, comprei a edição 2 da revista Sega Mania, que oferece breve resenha sobre o jogo, além de mencionar a possibilidade de salvar o progresso com uma bateria interna do cartucho.
E, de fato, quando loquei o título, consegui salvar meus resultados. Parecia "coisa de outro mundo", algo que só estava acostumado a ver no MSX e outros computadores, mas dificilmente em cartuchos de videogame. Assim, quando comprei a obra, estava certo de que poderia salvar minhas jogatinas. Mas, porém, contudo, todavia... Pirataria boa é aquela que obriga a vencer os jogos "na raça" e salvá-los somente na memória do jogador. O cartucho oficial apresenta quatro posições nas quais é possível salvar o progresso. Meu cartucho piratex apresenta apenas uma. E quanto ela é selecionada, nada acontece.
Isto não me impediu de continuar a apreciar o jogo, em disputas acirradas com amigos. Mas sempre ficava aquela lástima: ao desligar o equipamento, era uma vez aquele título de campeão conquistado com algum esforço. Quanto ao jogo em si, não parece ter qualquer diferença em relação ao original, com direito à tela de abertura da EA Sports e os créditos das desenvolvedoras na tela-título.
E agora, um momento especial, pois tratarei do último título que entrou para minha coleção, nos tempos áureos.
E agora, um momento especial, pois tratarei do último título que entrou para minha coleção, nos tempos áureos.
NBA Action foi desenvolvido em conjunto pela Sega com Malibu Interactive. Lançado em 1994, é
um bom jogo de basquete, também com visão isométrica. Conta com licença
oficial da NBA e todos (ou a grande maioria) dos jogadores da época. É
a fórmula dos jogos isométricos da franquia FIFA aplicada ao basquete, algo visto também em todos os jogos da série NBA Live que viriam nos anos
seguintes (tudo bem, David Robinson's Supreme Court veio bem antes, mas esta é outra conversa).
Este jogo não entrou em minha coleção pelas maneiras habituais (comprado em lojas pirateiras ou em locadoras), tampouco de forma oficial, adquirido nas melhores lojas. Não, este cartucho me foi doado por um amigo. Não lembro o motivo pelo qual ele quis se desfazer do item. Talvez porque não havia estojo, encarte, manual. Sequer havia o "corpo" do cartucho. Somente a placa mesmo.
Pois é. Meu amigo me passou esta placa. Inseri no meu Mega Drive guerreiro e, sem qualquer cerimônia, funcionou. O jogo em si parece idêntico ao original. Mas havia um "porém". Na primeira vez em que fui tentar jogar um campeonato completo percebi que, ao vencer uma partida, antes de passar para a próxima, o jogo travava (talvez tenha sido este o motivo de meu amigo querer se livrar do item). Não me dei por vencido. Novas tentativas, novos travamentos. Após muito fuçar no cartucho, descobri uma peculiaridade. Se, no momento em que eu vencesse uma partida, colocasse meu dedo no fio verde visto na imagem abaixo, o jogo milagrosamente não travava. Ou seja, o jogador precisava servir como verdadeiro condutor, para que uma corrente passasse adiante. E é assim até hoje. Não lembro de ter terminado um torneio, já que se tornava cansativo ter que colocar o dedo na placa a cada início de nova partida. Às vezes, eu simplesmente esquecia e o jogo travava.
E assim encerro a apresentação sobre os jogos esportivos que entraram para minha coleção, nos tempos áureos. Sem mais delongas. Apenas encerro. Como se o cartucho de NBA Action tivesse travado de novo.