segunda-feira, 9 de março de 2020

Double Master Dragon System

E hoje me peguei a lembrar de quando joguei Double Dragon pela primeira (e, até onde a memória me serve, única) vez no Master System, nos tempos áureos.



Nem precisaria comentar sobre Double Dragon; todo mundo sabe: clássico supremo dos fliperamas, fundamental no estilo que ficou conhecido como beat 'em up ("briga de rua", para os veteranos). E uma dos prediletos deste escriba.

Pois bem. Muito joguei nos fliperamas. Muito joguei no TK-90X (ZX Spectrum, para os menos chegados). Muito joguei no MSX, mesmo que a versão para o garboso microcomputador fosse nada além de uma bela patifaria.  E eis então que, ao folhear a antológica edição #1 da revista VideoGame, observei que o jogo também tinha versão para o Master System.

 
  
Até hoje tenho vontade de me chutar até a Lua, por não ter adquirido a primeira edição da VideoGame, na época de seu lançamento. Muitos dos meus amigos tinham a revista e, por esta razão, fiz pouco caso, já que para lê-la, bastava ir na casa de um deles. No dia em que resolvi comprar um exemplar, adivinhe: não encontrei em mais nenhuma banca de revistas. Restou comprar o também antológico segundo exemplar. Mas um dia ainda adquiro a "número 1". Aguarde e confie.

De volta à pauta. Se bem me lembro, também vi algo sobre o jogo nos canais de televisão (alguma propaganda, demonstração ou reportagem sobre videogames em geral). O interesse em ver os irmãos do Dragão Duplo no console da Sega só aumentava. Meus amigos que tinham o aparelho, infelizmente, não possuíam o jogo. Mas tudo mudou no dia em que minha família foi visitar parentes na casa deles no litoral, em Canoe Capon Beach. Um primo meu não possuía aparelhos de videogame, mas um vizinho dele tinha o Master System. E, para minha alegria, Double Dragon fazia parte de sua coleção.

  
Rumamos à casa deste vizinho e, sem muitas delongas, partimos para a jogatina. Meu primo perguntou o que jogaríamos primeiro. A resposta, de pronto, sem titubear: Double Dragon.

Cartucho inserido, videogame ligado. Logotipo da Sega na tela e lá estavam os dragões e o inconfundível tema de abertura, mesmo com as esperadas limitações do chip de áudio do Master System em relação ao fliperama.

 
O mesmo vale para os gráficos, muito mais simples que o original (e com alguns momentos de flicker quando muitos itens são mostrados em tela). Mesmo assim, com inegável charme próprio.

   
Mas o importante estava mantido: a jogabilidade. Ainda que sem o feeling do fliperama e com menos botões para executar os golpes, havia fluidez e, principalmente, a possibilidade da jogatina em dupla, algo essencial em Double Dragon (e em qualquer beat 'em up, se perguntar minha opinião). Jogar sozinho é bom, mas jogar em dupla, trio, quarteto (ou quantos mais forem permitidos) sempre será mais divertido. E nisto, a versão do Master System tinha mais relevância que a versão do NES, que só permitia um jogador.


Outro aspecto que torna a versão do Master mais fiel ao original é, justamente, o fato de que todos os quatro estágios do jogo estão presentes, assim como seus personagens, enquanto no NES há várias diferenças quanto ao fliperama.

 
E assim, finalmente, desfrutei de Double Dragon no Master System. Demorei um pouco para me acostumar com a jogabilidade, mas em pouco tempo já estava avançando as fases sem muitos problemas, principalmente depois que percebi que, ao contrário do fliperama, aqui o golpe mortal era a "voadora" (e não a invencível "cotovelada").

  
Jogamos por algum tempo mas, por alguma razão que me foge à memória, mudamos de jogo. Meu primo e seu vizinho queriam me mostrar os outros cartuchos ou algo assim. Logo em seguida, fomos chamados para voltar à casa de meu tio e, mais tarde, nos despedimos e voltamos para casa. Não consegui terminar o jogo naquele dia, mas a satisfação de ter jogado era suficiente.

Só fui terminá-lo muitos anos depois, graças ao advento da emulação.

  
Nunca tive um Master System. E mesmo não possuindo o equipamento em dias atuais, é um cartucho que tenho vontade de adquirir, simplesmente pelo valor sentimental destas memórias.

  
Enfim, vida longa ao Dragão Duplo!