E hoje me peguei a lembrar de
quando joguei Double Dragon pela primeira (e, até onde a memória me
serve, única) vez no Master System, nos tempos áureos.
Nem precisaria comentar sobre Double
Dragon; todo mundo sabe: clássico supremo dos fliperamas, fundamental no
estilo que ficou conhecido como beat 'em up ("briga de rua",
para os veteranos). E uma dos prediletos deste escriba.
Pois bem. Muito joguei nos
fliperamas. Muito joguei no TK-90X (ZX Spectrum, para os menos
chegados). Muito joguei no MSX, mesmo que a versão para o garboso
microcomputador fosse nada além de uma bela patifaria. E eis então que, ao folhear a antológica
edição #1 da revista VideoGame, observei que o jogo também tinha versão para o Master
System.
Até hoje tenho vontade de me
chutar até a Lua, por não ter adquirido a primeira edição da VideoGame, na
época de seu lançamento. Muitos dos meus amigos tinham a revista e, por esta
razão, fiz pouco caso, já que para lê-la, bastava ir na casa de um deles. No
dia em que resolvi comprar um exemplar, adivinhe: não encontrei em mais nenhuma
banca de revistas. Restou comprar o também antológico segundo exemplar. Mas um
dia ainda adquiro a "número 1". Aguarde e confie.
De volta à pauta. Se bem me
lembro, também vi algo sobre o jogo nos canais de televisão (alguma propaganda,
demonstração ou reportagem sobre videogames em geral). O
interesse em ver os irmãos do Dragão Duplo no console da Sega só aumentava.
Meus amigos que tinham o aparelho, infelizmente, não possuíam o jogo. Mas tudo
mudou no dia em que minha família foi visitar parentes na casa deles no litoral, em Canoe Capon Beach.
Um primo meu não possuía aparelhos de videogame, mas um vizinho dele
tinha o Master System. E, para minha alegria, Double Dragon fazia
parte de sua coleção.
Rumamos à casa deste vizinho e,
sem muitas delongas, partimos para a jogatina. Meu primo perguntou o que
jogaríamos primeiro. A resposta, de pronto, sem titubear: Double Dragon.
Cartucho inserido, videogame
ligado. Logotipo da Sega na tela e lá estavam os dragões e o inconfundível tema
de abertura, mesmo com as esperadas limitações do chip de áudio do Master
System em relação ao fliperama.
O mesmo vale para os gráficos,
muito mais simples que o original (e com alguns momentos de flicker
quando muitos itens são mostrados em tela). Mesmo assim, com inegável charme
próprio.
Mas o importante estava mantido:
a jogabilidade. Ainda que sem o feeling do fliperama e com menos botões
para executar os golpes, havia fluidez e, principalmente, a possibilidade da
jogatina em dupla, algo essencial em Double Dragon (e em qualquer beat
'em up, se perguntar minha opinião). Jogar sozinho é bom, mas jogar em
dupla, trio, quarteto (ou quantos mais forem permitidos) sempre será mais
divertido. E nisto, a versão do Master System tinha mais relevância que
a versão do NES, que só permitia um jogador.
Outro aspecto que torna a versão do Master mais fiel ao original é, justamente, o fato de que todos os quatro estágios do jogo estão presentes, assim como seus personagens, enquanto no NES há várias diferenças quanto ao fliperama.
E assim, finalmente, desfrutei de
Double Dragon no Master System. Demorei um pouco para me
acostumar com a jogabilidade, mas em pouco tempo já estava avançando as fases
sem muitos problemas, principalmente depois que percebi que, ao contrário do
fliperama, aqui o golpe mortal era a "voadora" (e não a invencível
"cotovelada").
Jogamos por algum tempo mas, por
alguma razão que me foge à memória, mudamos de jogo. Meu primo e seu vizinho
queriam me mostrar os outros cartuchos ou algo assim. Logo em seguida, fomos
chamados para voltar à casa de meu tio e, mais tarde, nos despedimos e voltamos
para casa. Não consegui terminar o jogo naquele dia, mas a satisfação de ter
jogado era suficiente.
Nunca tive um Master
System. E mesmo não possuindo o equipamento em dias atuais, é um cartucho que tenho vontade de adquirir,
simplesmente pelo valor sentimental destas memórias.
Enfim, vida longa ao Dragão
Duplo!