quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Todo dia é um "7 in 1"

Para provar que todo dia é um 7x1 no pais do 171, o Homem-Aranha não quis aparecer e em seu lugar veio de tudo um pouco. 

Quem acompanha esta joça de blog já testemunhou meus relatos sobre meus cartuchos de Mega Drive. E quem os leu do início ao fim percebeu que o último título que entrou para minha coleção (formada em grande parte por itens piratex) foi Ninja Burai Densetsu, em cartucho original da Sega

Eu poderia ter parado por aí. Um belo final, com cartucho original japonês. Mas para que simplificar quando podemos complicar, não é mesmo?

Acompanhado de um amigo, fui conhecer uma renomada loja de antigüidades. Eu já havia adquirido através da página desta loja nas interwebz duas fitas de MSX, conforme mostrei neste texto. Lá chegamos e de imediato me surpreendi com a quantidade de itens de todos os tipos, de brinquedos a peças dignas de exposições em museus. E havia vários jogos para diversos consoles de videogame, entre eles, alguns cartuchos de Mega Drive.

Um dos títulos que muito joguei nos tempos áureos, mas nunca comprei, foi o clássico Spider-Man vs. The Kingpin, na opinião deste escriba, um dos melhores jogos do Teioso até os dias de hoje. É um item que ainda pretendo adicionar à minha coleção, de preferência em versão completa da Tec Toy. 

Pois bem. Estava eu a vislumbrar as peças quando me deparei com um cartucho piratex do citado jogo. Olhei, pensei, repensei e o coloquei de volta no lugar. Como a intenção é comprar o original, por que perder tempo com o piratex, certo? A etiqueta mostra a clássica imagem do herói, conforme a arte oficial do jogo e a palavra "Spider-Man" em vermelho. No verso, o logotipo da T&T Technology Corp (empresa pirateira que já deu as caras em outros de meus cartuchos de Mega Drive). além do costumeiro aviso de cuidado para utilização e a etiqueta de preço da loja em que o adquiri.  Nas laterais do cartucho há etiquetas de "MG Marco Game", a indicar que o item fez parte do acervo de algum vendedor ou locadora. No topo, uma etiqueta com o número "29", provavelmente um código de identificação do título no referido acervo. 

Continuamos a olhar os demais produtos da loja: brinquedos, aparelhos de televisão, rádios, relógios, livros, discos de vinil, gibis, telefones, peças militares, placas de carros, outros tantos itens decorativos. O simpático vendedor mantinha diálogo conosco quase que o tempo todo, com informações pertinentes e interessantes. Meu amigo já havia separado alguns itens e estava nas tratativas de pagamento. Conversa vai, conversa vem, fiquei empolgado e decidi comprar o cartucho do Homem-Aranha. O preço era relativamente módico e seria interessante verificar se havia alguma alteração no jogo (diversas versões piratex removem os créditos na tela inicial, por exemplo). A loja não dispunha de um Mega Drive funcional para testar o cartucho, mas o que poderia dar errado, não é mesmo?

Item adquirido, mais alguns momentos de aprazível conversa com o vendedor e, logo em seguida, fomos embora para a casa de meu amigo. Lá chegando, aproveitei para testar o cartucho em seu Mega Drive. O console foi ligado e surgiu apenas uma tela preta, com algumas letras embaralhadas em cor laranja. O temor inicial foi de que o cartucho estava defeituoso. Nova tentativa e funcionou. Mas então veio a frustração: ao invés do jogo do Cabeça-de-Teia, o que havia no cartucho era uma compilação de sete jogos. Ou seja, o cartucho teve a placa trocada.

São bons títulos (alguns ótimos, como os clássicos inegáveis Sonic the Hedgehog, After Burner II e Super Volleyball). E todos com os créditos removidos das respectivas telas de abertura. Nem espere ver o logotipo de Sega em algum lugar.

Em pesquisas nas interwebz, descobri que a coletânea "Super 7 in 1" tem o código B-701 e faz parte de uma coleção chamada "B Series", com o modelo do cartucho nomeado como "Style G". Quem é o fabricante do cartucho? Tchuin Tchuin Tchunclain.

Mesmo assim, me causou frustração que nenhum deles era o jogo que eu desejava. Assim sendo, fiz novo contato com o vendedor, que prontamente se disponibilizou para verificar se algum de seus outros cartuchos continha o jogo do Homem-Aranha (e, quem sabe, as placas dos jogos poderiam ter sido trocadas). Apesar da boa vontade do vendedor, decidi deixar como está. Provavelmente eu perderia a viagem e não encontraria o jogo do Aranha.

De qualquer forma, uma boa aventura ocorreu. É o que vale. Bons momentos e boas risadas na companhia dos amigos. E o Amigão da Vizinhança ainda entrará em definitivo para a coleção, de forma oficial e completa.

Aguarde e confie.