sexta-feira, 26 de junho de 2020

Double Mega Dragon II

Os irmãos do Dragão Duplo não poderiam ficar de fora de minha coleção de jogos do Mega Drive.


Quem me conhece, sabe: Double Dragon é um de meus jogos prediletos. Muito joguei o clássico título lançado pela Technos em 1987, nos fliperamas. Depois, no MSX, no ZX Spectrum e onde mais pudesse. Da mesma forma, joguei a continuação, lançada no ano seguinte, que causou alvoroço nos Fliperamas de Cidra Beach (e que adquiri assim que possível para o MSX, em versão que se mostrou tão decepcionante quanto a conversão do primeiro jogo, mas isto é conversa para outro dia).


Portanto, quando o Mega Drive tornou-se o sistema de entretenimento principal em minha casa, tratei de procurar uma versão da "briga de rua" para o console. Infelizmente, o primeiro (e, na opinião deste escriba, melhor) jogo da série ainda não havia sido lançado para o equipamento da Sega, algo que só aconteceria em 1992, com uma versão produzida sem licença pela Accolade. Mas, curiosamente, o segundo título já estava presente.

Double Dragon II: The Revenge foi produzido pela Palsoft e lançado apenas no Japão, em 1991, com as devidas licenças da Technos e da Sega. Naqueles tempos, importar um cartucho original japonês não era tarefa simples, tampouco barata. Assim, uma vez mais, a solução foi buscar o paralelismo alternativo do universo piratex.


A capa é bastante similar à versão oficial lançada no Japão, mas todas as informações relativas às empresas que produziram o jogo foram excluídas. Na frente, a tarja amarela deveria mostrar o logotipo da Palsoft. No verso, dados da Palsoft, da Sega e da Technos também foram apagados. Curiosamente, há um código de barras. É piratex, mas é profissional.


Não há manual de instruções. O cartucho apresenta a mesma arte da capa, assim como a mesma omissão dos créditos da desenvolvedora. E não há qualquer informação no verso.


A versão do jogo presente em meu cartucho piratex também removeu toda e qualquer referência às desenvolvedoras: não há logotipo da Sega ao ligar o aparelho e a tela principal mostra apenas o título, sem os créditos abaixo dele.


Exceto por este detalhe, a obra é idêntica à versão oficial. E o jogo em si todo mundo conhece. O costumeiro beat 'em up, com possibilidade de dois jogadores simultâneos. Apesar de mais limitada em termos de gráficos e sons, esta versão para o Mega Drive é fiel ao original dos fliperamas. Há, entretanto, segmentos diferentes em todos os cenários, que ficaram mais curtos. A trilha sonora é competente. A jogabilidade apresenta boa fluidez, mas há irritante lentidão quando muitos personagens surgem na tela (até nisto foi fiel aos fliperamas). Enquanto no primeiro jogo a cotovelada era o golpe invencível, desta vez é o chute aéreo giratório que não dá chance para os meliantes. E para obter um real desafio, é preciso jogar no nível mais difícil. Os demais níveis são "um passeio no parque". Eis um vídeo com gameplay completo, capturado do cartucho piratex.


Este foi o primeiro título de ação mais franca a entrar para a coleção. Obviamente, muitos jogos deste estilo foram locados, mas este foi o primeiro comprado. Se não me falha a memória, foi o terceiro cartucho adquirido. Muito joguei, terminei, voltei a jogar. Algum tempo se passou, outros títulos vieram. E foi nesta época que, na locadora mais próxima de minha residência, era possível deixar um cartucho para locação, em troca de descontos ou locações de outros produtos. Minha mãe e meu irmão acharam que era um grande negócio, já que quase todo fim-de-semana estávamos naquela loja para locar jogos.

Assim, ficou decidido deixar um jogo nosso na locadora. Adivinhe qual foi o escolhido? Ele mesmo: Double Dragon II. A contra-gosto, aceitei liberar o cartucho. A cada fim-de-semana, tínhamos direito a uma diária ou uma locação de algum outro título, pois agora éramos "colaboradores" da empresa. Mas me causava angústia adentrar o recinto e vê-lo na estante. Tudo bem, o produto era piratex, poderia muito bem comprar outro, caso estragasse. Mas pensar em um item da coleção nas mãos de outros só piorava a sensação. Logo, a estadia deste cartucho naquela locadora durou poucas semanas, menos de um mês.

O jogo voltou ao seu lugar de direito e assim permanece nos dias atuais. E qualquer dia desses vou dar um jeito de adquirir o primeiro título da série (de preferência em versão oficial). E Double Dragon 3? Quem sabe, talvez um dia, na versão da Tec Toy. E Double Dragon V: The Shadow Falls? Bom, veja bem, vamos ver...