quinta-feira, 29 de maio de 2008

A aventura tem um nome...

E o nome é Indiana Jones.

Sim, gurizada. É hora de mais uma famigerada resenha.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal.
Uma palavra define o filme: diversão. O filme é divertido, um entretenimento de primeira, como todos os demais filmes da série.

Confesso que eu tinha ressalvas quanto à produção de mais um filme de Indiana Jones, porque considero o filme anterior, "A Última Cruzada", o final perfeito para uma esplêndida trilogia. Sempre pensei que fazer mais um filme poderia "quebrar o encanto" daquele final épico, com os aventureiros cavalgando rumo ao horizonte.

Certo, vamos ao filme.

O filme apresenta um Indiana Jones mais velho, mas nem por isso menos ativo.


Todas as situações e circunstâncias que marcavam os filmes anteriores estão presentes: temos os aliados, os inimigos e o objeto de desejo (a caveira de cristal, que constantemente troca de mãos durante o filme, como acontecia com a Arca da Aliança, as pedras de Sankaara e o Santo Graal).

Temos uma vilã interessante, um bom trabalho de Cate Blanchett. Há um personagem dúbio, Mac, que ora lembra Belloq, ora lembra Sallah.

Temos Mutt Williams, um parceiro novato, que ora ajuda, ora atrapalha. E participa de uma cena forçada, mas divertida, envolvendo cipós e micos. Marion Ravenwood está de volta. Karen Allen sabe o que faz aqui. Nada mais a acrescentar. John Hurt apresenta um professor Oxley enigmático e amalucado, muito bacana.

E temos Indiana Jones.
Chicote, chapéu, ironias. Tudo confere.
Harrison Ford é o dono do personagem. Nunca qualquer outro ator conseguirá interpretar Indiana Jones, sem parecer um ator vestido de Indiana Jones e imitando Harrison Ford. Simples assim.

E o filme? O filme é uma aventura muito bacana, divertida e descompromissada. E aqui está o grande revés, talvez: pode ter se criado uma expectativa muito grande sobre este filme (como ocorreu com a nova trilogia Star Wars). O próprio George Lucas avisou: é só mais um filme de Indiana Jones. E é com esta mentalidade que este filme deve ser visto.

Não esperem uma carga emocional e uma densa relação entre pai e filho, como ocorreu em "A Última Cruzada". Naquele filme, o foco era o relacionamento entre Indy e seu pai, suas diferenças que acabaram por aproximá-los. Aqui, o foco é a busca pelo tesouro, mesmo sem saber de que se trata este tesouro. Só descobrimos no final, quando temos uma mensagem bacana, de que o maior tesouro é o conhecimento. Seria auto-conhecimento? Podemos até abrir aqui esta discussão filosófica, embora o filme não faça isso.

A utilização das caveiras de cristal (e as referências a extra-terrestres) podem reduzir o envolvimento do espectador acostumado aos objetos bíblicos dos filmes anteriores. O mesmo aconteceu em "O Templo da Perdição". Mas vale ressaltar que elementos sobrenaturais foram utilizados nos outros filmes. Aqui, o sobrenatural foi substituído pelo extra-terrestre, o que traduz muito bem o espírito da época (lembrem-se que a aventura se passa em 1957, época da paranóia nuclear, Guerra Fria, caça às bruxas/comunistas, supostos incidentes com objetos voadores não-identificados, etc).

Repetindo: o filme é um divertimento puro. Consegue dosar o saudosismo, fazendo boas referências aos filmes anteriores: sim, a Arca da Aliança está lá, o pai de Indy e Marcus Brody são lembrados (em uma cena muito bonita, sem ser piegas, na qual Indy reflete sobre a passagem do tempo). Referências à Área 51, ao caso Roswell; ficamos sabendo como Indy atuou durante a Segunda Guerra Mundial. A fobia de cobras está lá e, desta vez, Indy realmente precisa enfrentar o seu medo.


Enfim, a aventura tem um nome.
Sempre teve um nome.
E o nome é Indiana Jones.