Parece que foi ontem.
Parece que foi ontem que eu assistia à propaganda na televisão da estréia nos cinemas de O Retorno de Jedi. E que eu guardava recortes de jornal sobre o filme, de sua exibição tanto nos cinemas (em 1983) quanto na televisão (em 1988).
Parece que foi ontem que eu trocava figurinhas do álbum da editora Safira e comentava sobre o filme com colegas de escola. Parece que foi ontem que eu brincava com uma das revistas de atividades lançadas pela editora Acti-Vita.
Parece que foi ontem que eu desenhava os personagens, para depois exercitar a imaginação e criar situações baseadas no filme, com todo o primor artístico mirim de que dispunha.
Parece que foi ontem que eu admirava a coleção completa de bonecos de chumbo da Model Trem, que um amigo tinha, nas caixas, com todos os itens e acessórios. Parece que foi ontem que consegui adquirir alguns (entre os quais, a princesa Leia disfarçada como Boushh, conforme vista no início do filme).
Minha singela coleção da Model Trem. |
Entretanto, não tive outros que
desejava, como Bib Fortuna, o Guarda Gamorreano e o Imperador. A inveja daquele
meu amigo só aumentou e o sonho de consumo se mantém.
Quem sabe um dia... |
Parece que foi ontem que o
terceiro filme da trilogia original de Star Wars acendeu a chama que me
tornou fã da saga espacial de George Lucas, mais do que as produções anteriores
ou qualquer outro produto relacionado.
Parece que foi ontem. Mas foi há quarenta anos. Quatro décadas. A produção estreou nos Estados Unidos em 25 de maio de 1983. No Brasil, foi lançada em 6 de outubro daquele ano.
Conforme relatei em minhas Lembranças de Star Wars, é justamente este filme que reflete minhas memórias mais antigas da galáxia muito distante. É o que primeiro vem à mente quando penso em Star Wars. A terceira aventura de Luke e seus amigos foi minha porta de entrada definitiva para a saga espacial do tio George. E assim, este é meu filme predileto (da franquia e, se bobear, em geral também).
Entretanto, não foi o primeiro filme da saga que vi (o primeiro foi o "Guerra nas Estrelas" original, em exibição na televisão, na Rede Manchete, a aproveitar a febre causada pela estréia da terceira produção nos cinemas). Mas quando testemunhei a obra pela primeira vez (em VHS), foi tudo o que eu imaginava. E mais um pouco. A satisfação única que senti (e sempre sinto) quando Luke finalmente aciona seu sabre-de-luz e sai "espalhando" contra os asseclas de Jabba. As arrepiantes cenas com as speeder bikes zunindo na floresta de Endor. O duelo final entre Luke e Darth Vader. O combate espacial e a destruição da segunda Estrela da Morte. Tudo memorável.
Os críticos mais ferrenhos sempre
citam a repetição da fórmula do filme original e a presença dos ewoks,
que infantilizaram a saga com um humor "pastelão", diferente das
sutilezas irônicas das produções anteriores. E, em parte, estão certos (embora muitos
destes críticos falhem em reconhecer a alegoria à Guerra do Vietnã, em que um
exército menos preparado venceu forças superiores). Mas, para mim, isto pouco
importa. O Saudosismo Maldito e a memória sentimental sempre falam mais alto.
Só fui assistir ao Episódio VI nos cinemas em 1997, quando da exibição da Edição Especial da trilogia. Foi outra experiência memorável: ver o filme na tela grande, com todas as alterações que George Lucas havia promovido.
Enfim, parece que foi ontem. Mas foi há quarenta anos! E quando meu filme predileto
completa quatro décadas de existência, só tenho a agradecer por uma obra (e uma
franquia) que tornou minha infância, adolescência e vida adulta muito mais
divertidas.
Muito grato por tantos anos de excelente entretenimento, Tio George!
E que a Força esteja conosco... sempre!