quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Super Mega

Um jogo de Mega Drive com um de meus super-heróis prediletos. Mais um item para a coleção. Mais um cartucho piratex resenhado com pompa e circunstância. 

Já apresentei neste singelo espaço meus jogos do glorioso Mega Drive. Uma coleção pequena, que tem recebido algumas adições peculiares em tempos recentes. A quantidade de itens nunca foi extensa porque, nos tempos áureos, o habitual era locar ao invés de comprar jogos.

E um dos títulos locados ficou marcado em minha memória, não apenas por ser protagonizado pelo Super-Homem, mas também devido à arte na etiqueta do cartucho. 

O jogo foi desenvolvido pela Sunsoft e lançado em 1992, nos Estados Unidos (com o título Superman) e na Europa (onde foi chamado de Superman: The Man of Steel). O título não teve lançamento oficial no Brasil. No ano seguinte, também foram disponibilizadas versões para Game Gear e Master System (a Tec Toy lançou a versão para este último no país).


Se não me falha a memória, meu primeiro vislumbre desta obra se deu através da edição 17 da rtevista Supergame.

Trata-se de um jogo de ação com seções de plataformas. Ao longo de cinco estágios, o herói deve usar seus poderes para salvar reféns (incluindo a amada Lois Lane) e combater malfeitores. Ainda, há algumas etapas de vôo, em que é preciso atingir inimigos e obstáculos com a visão de calor (nestes momentos, se torna basicamente um shoot 'em up, tanto em progressão vertical quanto horizontal). Ao fim de cada estágio, há os habituais "chefões", entre os quais vilões conhecidos dos gibis, como Galhofeiro, Metallo e Sr. Mxyzptlk, até o confronto final com Brainiac (aqui apresentado com o visual reformulado por John Byrne, pós-Crise nas Infinitas Terras). 

A parte gráfica e a trilha sonora são competentes. O visual tenta replicar as histórias em quadrinhos. A obra utiliza alguns gráficos e diversos efeitos sonoros de outra produção da Sunsoft, o clássico Batman, sobre o qual já comentei aqui no blog.

Mas a jogabilidade peca no quesito de equilíbrio de força entre os personagens, o que leva o Homem de Aço a sofrer para derrotar inimigos simplórios. Além disso, não é possível utilizar o poder de vôo a qualquer momento, somente nas etapas específicas. A detecção de colisões também falha em alguns casos. No fim das contas, o jogo exige precisão e paciência (e muita "tentativa e erro"). O herói dispõe de apenas uma vida (e três continues) para enfrentar o desafio; uma vez que esta vida é perdida, a aventura reinicia do início do estágio. Detalhes que deixam o jogo um pouco travado e até frustrante, ainda mais para quem jogou o excelente título do Homem-Morcego e esperava por algo com fluidez similar. 

De qualquer forma, nos tempos áureos, este título foi locado e muito jogado. Entretanto, o cartucho, obviamente piratex, não ostentava uma das artes dos produtos originais, mas uma ilustração que me remetia diretamente aos gibis e desenhos da época, com o Super-Homem alçando vôo, a cidade ao fundo e um enquadramento em cor azul.

Somente anos depois descobri que, na verdade, esta arte foi originalmente utilizada na capa do jogo para NES, lançado pela Kemco em 1987. O cartucho alternativo do Mega Drive surrupiou a ilustração sem dó nem piedade. Mais piratex impossível.

A constar, a ilustração, de autoria do mestre José Luis García-López, é memorável para mim, pois, além do cartucho de Mega Drive, também estampou produtos relacionados à coleção Super Powers, como a cartela em que vinha a figura do herói:

 
E as capas das revistas "Atividades Super Powers", da editora Cedibra, e "Brincando com Passatempos", da Globo. E, sim, ainda mantenho estas duas edições na coleção, em perfeito estado de conservação.
 

De volta à pauta. O tempo passou e bateu a vontade de adquirir o cartucho para Mega Drive, com a referida arte. Após um bom tempo de procura, eis que ele finalmente se encontra na coleção. A frente da etiqueta tem alguns pequenos desgastes devido ao tempo e manuseio, nada demais. No verso, informações de cuidados para utilização do cartucho. E na parte superior, o título, grafado como "Super Man".

A versão presente no cartucho não apresenta o logotipo da Sega na inicialização, nem a tela de créditos seguinte. Também está ausente o logotipo da Sunsoft na tela-título. Já o jogo em si não parece ter qualquer modificação em relação ao original lançado nos Estados Unidos.


E assim está apresentado mais este item da coleção. Cartucho piratex com arte memorável.

Qualquer dia eu compro uma das edições originais, completa, com tudo que tenho direito. Ou não...