quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Coringa, o palhaço, o Joker...

O bobo, o palhaço.

Com o lançamento de Batman: O Cavaleiro das Trevas e com a brilhante atuação de Heath Ledger, o Coringa voltou a ser notícia. O maior vilão dos quadrinhos (e isso não sou eu quem diz, mas diversas pesquisas realizadas sobre o assunto) exerce um fascínio único.

Mas por quê?
O que o torna tão especial e "querido"?

Há inúmeras explicações para sua popularidade.

O visual chamativo é a primeira delas. Não há nada mais atrativo do que aquele visual colorido e espalhafatoso, mas que ao mesmo tempo não revela coisa alguma, o que o torna um personagem misterioso, instigando a curiosidade do público.


Além disso, o Coringa é um personagem que não segue regras. Sua "liberdade" para se expressar e agir o torna imprevisível e cativante, caracterizando um vilão altamente perigoso.

Mais ainda, o Coringa é um fanfarrão de primeira. É o Palhaço Príncipe do Crime, sempre disposto a tudo por uma boa piada.


O Coringa tornou-se um personagem popular, tendo destaque em todas as mídias em que apareceu: gibis, desenhos, filmes, seriados, games, brinquedos...


No desenho animado dos anos 1970, ainda baseado em parte na caracterização de Cesar Romero, reafirmou sua posição como inimigo-mor do Homem-Morcego. Na excelente série animada dos anos 1990, o Coringa foi dublado com maestria por Mark Hamill (ele mesmo, o Luke Skywalker da saga Star Wars), naquela que é considerada uma das melhores adaptações do personagem.


E os Coringas "de carne e osso" não fizeram feio. Muito pelo contrário. Cada um de seus intérpretes soube trazer o personagem à vida, elevando e aprimorando as características do palhaço, conforme a época e contexto no qual estavam inseridos.

O clássico palhaço-criminoso interpretado por Cesar Romero (no seriado dos anos 1960), sempre disposto a destruir o Batman e dispondo de planos e engenhocas mirabolantes para tal, sendo que, no fim das contas, tudo o que ele mais desejava era rir da cara do Batman e das autoridades.
O palhaço-homicida de Jack Nicholson (no filme de 1989), sarcástico e cruel, que perde (ou mata) um amigo, mas não perde a piada. Nicholson criou um Coringa genial e maluco, que se vê livre de todas as barreiras mentais após o acidente que o transformou. Nada mais perigoso que alguém sem limites.
E, finalmente, o palhaço-anarquista de Heath Ledger (no filme de 2008), perfeito em sua caracterização (embora o visual, ainda que adequado para o filme, seja diferente em alguns aspectos do visual clássico do Coringa). Ledger mostrou um Coringa insano e propenso aos mais impensáveis atos, apenas para provar seu ponto de vista. Quem já leu A Piada Mortal percebe o quanto o roteiro e a atuação de Ledger se aproximaram daquela trama. 


Nos gibis, o Coringa foi responsável pelas mais diversas atrocidades, entre elas a morte de Jason Todd (o segundo Robin) e o ataque a Barbara Gordon (que a deixou confinada a uma cadeira de rodas). Sem contar as suas idéias mirabolantes, como os peixes-Coringa e o gás do riso (mortal).

Além de todas estas características, outra explicação para a popularidade do personagem é a sua relação com o Batman. Uma relação completamente destrutiva, entre dois homens que não se conhecem. Embora o Batman tenha seu código de honra (pelo qual ele não usa armas de fogo e não mata seus adversários), sabe que, mais cedo ou mais tarde, no que se refere ao Coringa, um vai acabar matando o outro (novamente, uma citação de A Piada Mortal).

Um confronto que já testou os limites de ambos. Um embate infindável entre duas idéias opostas, de forças iguais: o bem contra o mal. 


A grande questão em um personagem como o Coringa (assim como qualquer outro vilão carismático, como Darth Vader ou Hannibal Lecter) está no fato de nos divertirmos com ele. Ou seja, passamos a aceitar suas ações como sendo normais, comuns, e esquecemos que são atos de vilania. Os grandes vilões sempre são sedutores e suas idéias sempre são atraentes, mas suas ações e as conseqüências destas demonstram sempre o perigo de se deixar levar por alguém como o Coringa.


Para encerrar, uns vídeos bacanas...

Trailer de Batman: O Cavaleiro das Trevas, no estilo do seriado dos anos 1960:


O truque do lápis:


Compilação com as gargalhadas do Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas: