O que dizer de Batman: O Cavaleiro das Trevas?
Que filme, que filme, que filme...
Espetacular. Sem sombra de dúvida, o melhor filme do Batman.
Nem sei por onde começar.
O que dizer de um filme que, desde sua pré-produção, instigou os fãs a mergulharem no universo do Batman, através de uma campanha viral original e muito bem planejada?
Vamos analisar o filme em si.
A trama inicia mostrando Gotham City vivendo dias mais promissores, com bandidos sendo presos, mafiosos sendo perseguidos pela Justiça e, acima de tudo, com a certeza de que o Batman está vigiando a cidade.
Ao mesmo tempo, "um novo tipo de criminoso" está surgindo: o Coringa. Sem um ideal, uma causa ou uma ambição para defender, o Coringa busca apenas se divertir da melhor maneira que sabe: promovendo o caos na sociedade.
Enquanto isso, o promotor público de Gotham, Harvey Dent, está promovendo mudanças radicais, na tentativa de prender os grandes chefões mafiosos. Auxiliado por Jim Gordon, Dent acaba se tornando alvo dos bandidos, que buscaram a ajuda do Coringa, cujo plano tem apenas um objetivo: matar o Batman. Sofrendo o efeito colateral desta guerra está a namorada de Dent, Rachel Dawes, amiga de infância e antiga paixão de Bruce Wayne.
Ao mesmo tempo, "um novo tipo de criminoso" está surgindo: o Coringa. Sem um ideal, uma causa ou uma ambição para defender, o Coringa busca apenas se divertir da melhor maneira que sabe: promovendo o caos na sociedade.
Enquanto isso, o promotor público de Gotham, Harvey Dent, está promovendo mudanças radicais, na tentativa de prender os grandes chefões mafiosos. Auxiliado por Jim Gordon, Dent acaba se tornando alvo dos bandidos, que buscaram a ajuda do Coringa, cujo plano tem apenas um objetivo: matar o Batman. Sofrendo o efeito colateral desta guerra está a namorada de Dent, Rachel Dawes, amiga de infância e antiga paixão de Bruce Wayne.
E assim por diante...
Falando das atuações agora:
Christian Bale refinou e definiu o Batman cinematográfico. Se havia algumas lacunas em Batman Begins, foram definitivamente preenchidas por Bale neste filme. Tanto o Batman quanto Bruce Wayne são apresentados de forma singular. Testemunhamos a luta interna de Wayne para manter a "inspiração" e continuar seu trabalho como o Homem-Morcego. Percebemos seu sofrimento, principalmente diante de situações que ele não pode evitar ou controlar. Sua fragilidade ao perceber que sua força não é suficiente, como fica claro durante a cena do interrogatório do Coringa. Bale torna tanto Bruce Wayne quanto o Batman humanos, fazendo com que quase sintamos na pele toda a dor do personagem.
Aaron Eckhart apresentou um Harvey Dent perfeito.
Alguém que deseja fortemente fazer o bem, mas se perde quando tenta escolher os meios para isto. Alguém dividido, pura e simplesmente. Dent torna-se um "herói sem máscara" e uma alternativa para Gotham e Bruce Wayne, que vislumbra a possibilidade do Batman não ser mais necessário. A trágica dualidade de Dent (que todos sabem, torna-se o vilão Duas-Caras) é realçada pelos eventos caóticos que enfrentará, em parte pela ação do Coringa.
Maggie Gyllenhaal surpreendeu.
Transformou uma Rachel Dawes por vezes inexpressiva em Batman Begins em uma mulher decidida, que terá grande influência nas vidas de Harvey Dent e Bruce Wayne, daqui para a frente. Aquela personagem odiada por muitos, no primeiro filme, torna-se indispensável para a trama e, como já dito, mudando definitivamente as vidas de Dent e Wayne.
Os "personagens de apoio": Alfred, Lucius Fox e James Gordon.
Michael Caine retorna como o mordomo/figura paterna que, ao mesmo tempo em que tenta humanizar Bruce Wayne (para que este não seja consumido pelo Batman), o encoraja a seguir na luta, a fazer a coisa certa.
Morgan Freeman protagoniza uma das cenas mais bacanas e memoráveis deste filme: quando um funcionário das Empresas Wayne tenta chantagear Lucius Fox, prometendo contar um segredo vital se não receber uma grande quantia em dinheiro. Só esta cena já valeria o ingresso. Mas Freeman vai além, principalmente na cena em que confronta o Batman, sobre o método a ser utilizado para rastrear o Coringa, mostrando ao herói que, mesmo para enfrentar alguém que não segue as regras, é preciso manter o foco no que é certo.
James Gordon. Comissário Gordon.
Gary Oldman brindou o público com mais uma grande atuação. Gordon, o único real aliado do Batman, alguém em quem o herói definitivamente pode confiar. E que se encontra imerso em um jogo que não entende ao certo, tendo que se colocar na linha de fogo, literalmente.
E agora, claro, a "atração desta noite":
O Coringa de Heath Ledger.
O que dizer de uma atuação tão primorosa como esta? O que dizer da entrega de um ator a um papel complicado, principalmente se levarmos em conta o "tom realista" do filme?
Ledger simplesmente calou a boca de muita gente, a minha inclusive. Nunca gostei do visual "Corvoringa" do personagem para este filme. Mas a atuação falou mais alto e foi mais forte que o visual.
Heath Ledger apresentou o Coringa definitivo. Louco, visceral, assustador, mentiroso, covarde, risonho, maligno. Um vilão perfeito.
Os trejeitos, maneirismos, tiques. O timbre de sua voz, mudando em diversos momentos. Seus olhos, que não se fixam em lugar nenhum por mais de dois segundos quando ele fala. Camadas e camadas sobrepostas em uma atuação digna de um Oscar. Sim, amiguinhos, aquela conversa de Oscar póstumo tem muito fundamento. É uma lástima saber que um ator conseguiu criar um personagem tão memorável, mas já não está mais neste mundo para voltar em um próximo filme. Mas como diria aquele nosso médico: "se você tem que morrer, morra sorrindo"...
E com certeza, Ledger deve estar sorrindo muito agora...
Ledger simplesmente calou a boca de muita gente, a minha inclusive. Nunca gostei do visual "Corvoringa" do personagem para este filme. Mas a atuação falou mais alto e foi mais forte que o visual.
Heath Ledger apresentou o Coringa definitivo. Louco, visceral, assustador, mentiroso, covarde, risonho, maligno. Um vilão perfeito.
Os trejeitos, maneirismos, tiques. O timbre de sua voz, mudando em diversos momentos. Seus olhos, que não se fixam em lugar nenhum por mais de dois segundos quando ele fala. Camadas e camadas sobrepostas em uma atuação digna de um Oscar. Sim, amiguinhos, aquela conversa de Oscar póstumo tem muito fundamento. É uma lástima saber que um ator conseguiu criar um personagem tão memorável, mas já não está mais neste mundo para voltar em um próximo filme. Mas como diria aquele nosso médico: "se você tem que morrer, morra sorrindo"...
E com certeza, Ledger deve estar sorrindo muito agora...
E quanto ao filme em si?
Esplêndido. Produzido com competência extrema.
Esplêndido. Produzido com competência extrema.
Christopher Nolan realmente imprimiu seu estilo, apresentou um novo enfoque e elevou o patamar das adaptações de histórias em quadrinhos.
Mas "Cavaleiro das Trevas" não é uma simples adaptação. É um grande filme de suspense, que deixa o espectador "vidrado" e atento a cada acontecimento, cada reviravolta (e há muitas), cada diálogo do filme. Um roteiro inteligente, que explica sem ser enfadonho, sem ser "explicadinho". Há uma razão viável para tudo no filme, mesmo quando sabemos estar vendo algo impossível.
Os personagens são bem apresentados e extremamente bem aproveitados. Todos os personagens principais têm uma função para a trama, não estando em cena apenas para enfeite. Há um toque de humor, embora não suavize todo o suspense e o drama.
Alguns personagens surgem em pequenas participações, como o Espantalho. Outros, com um pouco mais de "tempo de tela", desempenham ações importantes à trama, como o mafioso Sal Maroni e a Detetive Ramirez.
Efeitos especiais? Sim, há efeitos, mas todos práticos e mecânicos, usando o mínimo possível os efeitos CGI. Escolha acertada do diretor, uma vez que busca o realismo das cenas.
Ação? Muita. Vemos o Batman fazer de tudo um pouco. E embora eu nunca tenha gostado de ver o herói "planando", "voando", "flutuando" por longas distâncias, admito que a cena do vôo em Hong Kong foi soberba.
Lutas? Não, capaz...
Mas "Cavaleiro das Trevas" não é uma simples adaptação. É um grande filme de suspense, que deixa o espectador "vidrado" e atento a cada acontecimento, cada reviravolta (e há muitas), cada diálogo do filme. Um roteiro inteligente, que explica sem ser enfadonho, sem ser "explicadinho". Há uma razão viável para tudo no filme, mesmo quando sabemos estar vendo algo impossível.
Os personagens são bem apresentados e extremamente bem aproveitados. Todos os personagens principais têm uma função para a trama, não estando em cena apenas para enfeite. Há um toque de humor, embora não suavize todo o suspense e o drama.
Alguns personagens surgem em pequenas participações, como o Espantalho. Outros, com um pouco mais de "tempo de tela", desempenham ações importantes à trama, como o mafioso Sal Maroni e a Detetive Ramirez.
Efeitos especiais? Sim, há efeitos, mas todos práticos e mecânicos, usando o mínimo possível os efeitos CGI. Escolha acertada do diretor, uma vez que busca o realismo das cenas.
Ação? Muita. Vemos o Batman fazer de tudo um pouco. E embora eu nunca tenha gostado de ver o herói "planando", "voando", "flutuando" por longas distâncias, admito que a cena do vôo em Hong Kong foi soberba.
Lutas? Não, capaz...
O Batman reapresenta seus conhecimentos em inúmeras modalidades marciais, desferindo golpes nos bandidos. Se em Batman Begins as cenas de luta deixavam a desejar, pela rapidez e pela "falta de plástica", aqui elas são apresentadas com mais propriedade. As bat-bugigangas estão lá, a serviço do herói. Além disso, podemos ver o Homem-Morcego fazendo uso de suas habilidades detetivescas, em cenas que lembram diversas situações já apresentadas nos quadrinhos.
Mas o que realmente marca este filme é o embate entre herói e vilão. Tanto fisica quanto mentalmente.
Finalmente, Batman e Coringa "trocaram sopapos" de verdade em um filme. Claro que o Coringa usa trapaças, mas ele é muito mais ativo fisicamente, ainda mais traiçoeiro, embora não seja páreo ao Batman, claro. E quando os dois simplesmente conversam, amigos, é um momento que gostaríamos que durasse muito mais, principalmente no final, quando os fãs do Batman são agraciados com diálogos que remetem diretamente aos gibis, ainda que originais, mostrando o respeito com que a relação herói/vilão foi tratada. Como o Coringa disse: ambos se completam.
Digo que Batman: O Cavaleiro das Trevas é um clássico instantâneo. Uma das melhores adaptações de um gibi para o cinema. Um filme memorável, em uma temporada de ótimas adaptações de quadrinhos, além de outros bons filmes. E que Michael Keaton, Jack Nicholson e Tim Burton me desculpem (sim, sou fã do filme de 1989, um filme de muito valor e estima), mas finalmente o Batman teve um filme que faz jus a seu título:
O Cavaleiro das Trevas.