Uma breve listagem de alguns filmes relegados a segundo plano pelo público em geral, mas que se tornaram inesquecíveis para este singelo escriba, pelos mais diversos motivos.
E já que sou fã inveterado de Star Wars, começo com um filme que claramente tentou pegar carona no sucesso da obra lançada por George Lucas em 1977. Trata-se de Starcrash, de 1978, dirigido por Luigi Cozzi, sob produção da New World Pictures, do mestre dos filmes de baixo orçamento, Roger Corman. A aventura espacial é estrelada por David Hasselhoff, a belíssima Caroline Munro e Christopher Plummer, entre outros, na eterna luta do bem contra o mal, nos confins de uma galáxia longínqua.
O filme tem atuações, figurinos e efeitos especiais toscos, trama inconsistente e, em certos momentos, enfadonha. Ainda assim, em dias atuais é bastante cultuado. Lembro de locar a obra em VHS, nos tempos áureos. E até que foi um bom entretenimento na época. Se todo o resto decepciona, Stella Star em seu voluptuoso figurino faz a alegria dos marmanjos.
Para apreciar outra beldade, temos "A Ilha dos Homens-Peixe" (L'isola Degli Uomini Pesce), filme italiano de 1979, dirigido por Sergio Martino e estrelado por Barbara Bach, Joseph Cotten e Richard Johnson. Um "Clássico da Sessão das Dez" no SBT, que muito assisti, em suas diversas exibições. A trama gira em torno de náufragos que chegam a uma ilha dominada por um biólogo que transforma pessoas em mortais "homens-peixe". Simplesmente singular e inesquecível.
E já que o assunto é "Sessão das Dez" eis mais dois títulos que vi nas exibições do SBT. O primeiro é "Keruak: O Exterminador de Aço" (Vendetta dal Futuro, cujo título em inglês é Hands of Steel), filme de 1986, também sob direção de Sergio Martino, com elenco formado por Daniel Greene e Janet Agren, entre outros. Mostra um ciborgue com a missão de matar um cientista, enquanto enfrenta outras forças que o perseguem. Tudo na mais pura tosquice.
O outro é "Thunder: O Homem Chamado Trovão" (Thunder, também chamado Thunder Warrior, de 1983), dirigido por Fabrizio De Angelis e estrelado por Mark Gregory e Bo Svenson. É uma imitação de Rambo, mas com um protagonista indígena. O filme fez relativo sucesso no Brasil e gerou duas continuações.
E a "febre de Rambo" gerou mais um título ao qual tive acesso. Contemple então "Tornado - A Missão Continua" (Tornado ou The Last Blood), sob direção de Antonio Margheriti. Filme de 1983, em que um grupo de soldados no Vietnã deve lidar com conflitos internos, enquanto sofre os horrores da guerra. A capa do VHS me enganou, pois acreditei se tratar de um filme com muita ação, bem ao estilo de Rambo. Na verdade, há muito mais drama e diálogos. E quando alguma ação ocorre, não tem o mesmo primor dos filmes de Stallone.
Agora é a vez dele. Inigualável, inesquecível: "Exo-Man", dirigido por Richard Irving, em 1977, com elenco formado por David Ackroyd, Anne Schedeen, José Ferrer e Jack Colvin. Um cientista sofre um atentado e fica paraplégico. Constrói uma armadura que lhe devolve os movimentos e parte em uma busca por justiça. Era tosco, mas o mais próximo que tínhamos do Homem de Ferro naqueles tempos. O filme era um piloto para uma série televisiva, mas a empreitada não foi adiante. Muito assisti, nas exibições no SBT (embora a obra tenha sido exibida primeiramente na Globo).
E por mencionar super-herói, eis "Capitão Justiça" (Once a Hero). Filme dirigido por Dusty Kay, em 1987, com elenco formado por Josh Blake, Jeff Lester e Robert Forster, entre outros. Capitão Justiça, um herói de histórias em quadrinhos, é transportado ao mundo real onde deve combater o mal e, ao mesmo tempo, encontrar uma forma de renovar o interesse das pessoas pelas HQs. Esta produção fez relativo sucesso no Brasil, quando chegou às locadoras. Aluguei o VHS e, pouco depois, revi a obra quando exibida no SBT. A constar: quem dublou o herói foi Marcelo Gastaldi, o inigualável dublador de Chaves e Chapolin.
Outro que marcou minhas idas às locadoras foi "Roboman" (The Vindicator, de 1988), dirigido por Jean-Claude Lord. O elenco conta com os nomes de David McIlwraith, Teri Austin, Richard Cox e Pam Grier. A trama acompanha um cientista que desenvolve uma roupa espacial de última geração, com capacidade inclusive de, em momentos de perigo, dominar o cérebro de quem a utiliza. Devido a uma sabotagem, ele fica preso na roupa e precisa lutar para recuperar sua humanidade. O título e a trama remetem a RoboCop, embora sem a mesma primazia. Aluguei o VHS nos tempos áureos. Se a memória não me falha, antes do filme era apresentada uma introdução com o crítico Rubens Ewald Filho.
O próximo é "Mako - O Tubarão Assassino" (Mako: The Jaws of Death), filme de 1976, dirigido por William Grefe e estrelado por Richard Jaeckel e Jennifer Bishop. Obviamente, foi na esteira do clássico "Tubarão". Aqui, entretanto, o enfoque é diferente: os peixes são as vítimas. Um homem descobre que consegue se comunicar com tubarões e trabalha para protegê-los, mesmo que signifique atacar outros seres humanos. Mais um que foi locado em VHS, nos tempos áureos.
Na seqüência temos "A Guerra dos Ninja" (Ninja Wars, cujo título original em japonês é Iga Ninpocho), lançado em 1982, com direção de Kōsei Saitō. O elenco conta com os nomes de Hiroyuki Sanada, Noriko Watanabe, Mikio Narita e Akira Nakao, entre outros. A capa da fita VHS foi tudo que precisei ver para alugar o filme.
É um bom filme, cuja trama ambientada no Japão feudal mostra clãs diferentes em conflito, com samurais, guerreiros ninja, toda a ambientação típica. Sem contar o "ninja vomitão".
Na década de 1990, tive contato com um jogo de computador chamado Expect No Mercy, já mostrado aqui no blog. Na ocasião, descobri que era baseado em um filme de mesmo nome, que no Brasil ficou conhecido como "Mercenários da Morte". Lançada em 1995, sob direção de Zale Dalen e estrelada por Billy Blanks, Jalal Merhi, Laurie Holden e Wolf Larson, a produção mostra agentes infiltrados em uma organização criminosa, cujo líder utiliza realidade virtual para seu plano de dominação mundial. Foi lançada em VHS no Brasil e, pouco depois, foi exibida em sessões de filmes da Band. Assisti à obra em versão baixada das interwebz, mas qualquer dia compro o VHS. Ou não...
O próximo da lista não pode ser chamado de tosco, mas certamente passou batido pelo grande público. "Drácula: O Demônio das Trevas" (Dracula), filme de Dan Curtis, lançado em 1974, com Jack Palance como o clássico vampiro. O filme tem boa ambientação e uma ótima interpretação de Palance. O elenco ainda tem os nomes de Simon Ward, Nigel Davenport, Pamela Brown e Fiona Lewis, entre outros. Aluguei em VHS, nos tempos áureos, e assisti mais de uma vez, tamanho o apreço que esta obra gerou.
Da mesma forma, temos "Não Adormeça" (Don't Go To Sleep, de 1982), filme dirigido por Richard Lang, cujo elenco conta com os nomes de Dennis Weaver, Valerie Harper, Ruth Gordon e Robert Webber. Um bom filme de terror e suspense, em que uma família é perturbada pelo fantasma de uma das filhas, morta em um acidente de carro. Lembro de assistir no Supercine, da Rede Globo (e, se a memória não me falha, em alguma outra sessão de filmes na madrugada, como Sessão de Gala ou Corujão). De qualquer forma, esta produção impactou este escriba, à época um cinéfilo mirim iniciante.
Enfim, um apanhado de obras que conquistaram espaço em minhas lembranças. De tempos em tempos lembro destes títulos (e até volto a assistir a alguns). Não é porque é tosco que não pode ser apreciado.