quinta-feira, 19 de junho de 2008

"Is that all you got?"

Epa, opa, upa. Mais uma resenha, amiguinhos.

Desta vez, O Incrível Hulk, a nova adaptação do verdão para as telonas.

O que dizer deste "Hulk Begins"? Tomando o seriado dos anos 1970 como base, o filme reconta a origem da criatura (ainda que em um rápido flashback, durante a abertura do filme).


Em seguida, encontramos o Dr. Bruce Banner vivendo no Brasil, tentando encontrar a cura para sua "maldição". Foi interessante a seqüência no Brasil, pelo menos não mostraram apenas mulatas sambando e mulheres "de bunda de fora".

Voltando ao assunto: excelente atuação de Edward Norton. Muito boa a forma como mostraram o aspecto de solidão que Bruce Banner enfrenta. Além disso, o fato de Banner ser um homem que precisa se controlar e se conter a todo momento, mesmo quando está com a mulher de seus sonhos.

O restante do elenco cumpriu seu papel com a competência esperada. Gostei de Tim Roth. Interpretou um Emil Blonsky extremamente perigoso; como o próprio personagem diz em certo momento: "se tivesse o conhecimento que tem hoje, com o corpo de dez anos atrás, seria um inimigo praticamente invencível".


Homenagens singelas (e discretas) ao seriado dos anos 1970: a abertura do filme (muito similar ao seriado). As "aparições" de Lou Ferrigno e Bill Bixby: Bixby aparece no início do filme, em uma cena do seriado The Courtship of Eddie's Father, enquanto Ferrigno surge em uma cena engraçada, "passando o bastão" para Edward Norton. Ainda temos Bruce usando o nome "David B." no final do filme. Ah, claro a música-tema do seriado (The Lonely Man Theme) também está lá.

E até mesmo o Hulk que "não dá saltos gigantescos", embora fique "sub-entendido" que ele dá seus saltos gigantescos, estes apenas não foram mostrados, afinal, uma hora ele está no Brasil, na outra, acorda na Guatemala.

A presença de Tony Stark e as referências ao soro do super-soldado foram muito legais, mostrando que os novos filmes da Marvel realmente vão constituir um universo mais coeso e interligado. As participações dos personagens Leonard Samson (que teve suas cenas com Banner cortadas e limitou-se a "namoradinho" de Betty Ross) e Samuel Sterns (que, graças ao acidente em seu laboratório, se tornará o vilão conhecido como Líder) foram interessantes, trazendo mais personagens clássicos dos gibis para as telas.

Boas cenas de ação. Os efeitos CGI foram bem utilizados, o Hulk ficou, ao mesmo tempo, incrível e crível (perdoem a piadinha, não resisti). A cena do Hulk gritando para os trovões e relâmpagos ficou muito bacana. A luta com o Abominável foi muito boa, mostrou toda a destruição que se espera de um filme do Hulk.


E a sempre clássica e hilária participação de Stan Lee. Sem comentários, "Stan is the man".

Enfim, um ótimo filme, que acerta ao buscar referência no seriado, removendo assim a má impressão (um tanto injusta, na minha opinião) deixada pelo filme de 2003.

P.S.: Só para constar: havia uma cena que foi cortada, na qual Bruce Banner está no Ártico (seria nesta cena que ele encontraria o corpo do Capitão América?). Ele está neste lugar desolado com um único propósito: acabar com sua vida. Mas no momento em que vai cometer suicídio, acaba se transformando no Hulk. Ou seja, o Hulk "salva" a vida de Banner, o que mostra que, além da raiva e da angústia, o Hulk é a personificação do aspecto de auto-preservação de Banner. Seria esta a cena de abertura do filme; uma cena muito legal, mas ao mesmo tempo, muito pesada, ao lidar com suicídio e assuntos similares.