quinta-feira, 5 de junho de 2008

Go, Speed Racer, Go!

Mais uma resenha, moçada.

Speed Racer, adaptação do popular (e clássico) animé.

Demorei para ver o filme, mas surgiu a oportunidade e fui conferir. Confesso que estava "com um pé atrás" com esta nova empreitada dos irmãos Wachowski (para os desavisados súditos de Namor e Aquaman: os irmãos Wachowski são os responsáveis pela trilogia Matrix, além da produção de V de Vingança). Já havia lido (e comprovado via imagens e trailers) que o filme possui uma "extravagância visual" singular, muitos efeitos especiais para aumentar o impacto durante as cenas de ação, etc.

Tudo isto é verdade. O filme é mesmo uma mistura de cores, efeitos e sons, todos arranjados para "emular" o visual dos desenhos. E tudo feito com muito sucesso, alcançando o objetivo. Já é possível ter uma idéia do rumo que filmes como o vindouro Dragon Ball podem tomar, principalmente nas cenas de luta.


A trama: Speed Racer é o piloto-sensação do mundo do automobilismo e, mesmo sondado pelo inescrupuloso empresário Royalton, decide manter-se fiel à sua equipe (e família). Speed precisa participar de uma perigosa corrida, para "desbaratar" o cartel que age nos bastidores (combinando resultados e obtendo lucros indevidos, entre outras coisas).

Mas o filme é só isso? Não, não é. E aqui está a minha surpresa. Speed Racer trata a relação entre os personagens com o mesmo cuidado apresentado nas alucinantes corridas.

É muito legal perceber que, durante todo o filme, é a família Racer que se sobressai, apesar de toda a "correria" e cenas de ação. O elenco apresenta-se afinado e entrosado, como uma verdadeira equipe e, principalmente, como uma verdadeira família.

Susan Sarandon mostra a competência de sempre, como a Mamãe Racer, que, diferente dos desenhos, tem um papel mais relevante no filme.

Gorducho, Zequinha e Sparky: personagens muito bem aproveitados e divertidos (principalmente Gorducho e o chimpanzé Zequinha, com cenas hilárias durante o filme).

Christina Ricci, absurdamente linda, com "olhos grandões" similares à personagem do desenho, apresenta uma Trixie aventureira e disposta a tudo por seu grande amor, exatamente como nos desenhos.


E agora chegamos no "prato principal": John Goodman, Emile Hirsch e Matthew Fox.

Goodman "domina a cena" sempre que aparece. Pops Racer, um pai dedicado à família e que faz tudo por ela. E foi muito bom vê-lo "entrar em ação" contra o ninja. Muito engraçado. Mas o melhor em sua participação é sua relação com seus filhos, Rex e Speed. Goodman mostra então um Pops extremamente verossímil, humano e sentimental. Muito bom.

Emile Hirsch é Speed Racer. Nem precisaria falar muito mais. Ficou bacana, bem apresentado e interpretado. Muito bom o seu desempenho durante a corrida final. Dá mesmo vontade de gritar e torcer: "Vai, Speed, vai".

E Matthew Fox...
Eu havia apostado que Fox poderia roubar o filme com o seu Corredor X. Mas ele não fez isso. Entretanto, não significa que sua participação não tenha sido marcante.


Tal qual o desenho, o Corredor X é misterioso, ainda que direto, quando necessário. Além disso, vemos um personagem angustiado pelas escolhas que precisou fazer (e tendo que conviver com as conseqüências de tais decisões). Ponto para Fox, que soube apresentar tal personagem sem torná-lo "cartunesco demais".

Finalizando: um bom filme, divertimento garantido (e umas tonturas também, para quem for mais sensível a movimentos rápidos e bruscos... hehehe), além da boa e velha mensagem (mas não por isso menos verdadeira): "família que trabalha unida, permanece unida".