quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Aborto e bom senso

Por que sou contra o aborto como método anticoncepcional?

Muito simples, apenas uma questão de bom senso.


Cientistas, médicos, biólogos, geneticistas.
São profissionais que estudaram a VIDA INTEIRA e ainda não chegaram a um consenso sobre em que momento no início de uma gestação aquela vida é considerada um ser humano, com todas as características que definem nossa espécie.

Mas devemos aceitar que políticos, filósofos, sociólogos e artistas de televisão decidam sobre isto. Gente que não tem qualquer conhecimento sobre o assunto.

Entenda: não há um consenso sobre o momento em que a junção entre espermatozóide e óvulo é considerada uma vida humana. Alguns dizem que isto se dá na terceira semana de gravidez, outros dizem que se dá no segundo mês. Cada indivíduo se desenvolve de maneira diferente. Cada gestação é diferente. Tanto que alguns nascem prematuros, outros nascem com quase dez meses de gravidez. Todos nascem com tamanhos e pesos diferentes. Não há um marco específico em que se pode apontar e afirmar: "a partir deste momento, é um ser humano, antes disso não". Portanto, se é para nivelar, que seja nivelado por cima. Enquanto não existir um fato científico, que se estipule que a vida humana se dá no momento em que o espermatozóide encontra o óvulo. E assim sendo, aquela vida (mesmo que microscópica) deve ser protegida por todos os direitos que nós, seres humanos viventes, aproveitamos. Inclusive o direito mais básico: nascer. 

Não trato aqui de casos já previstos em lei: aborto em casos de gravidez resultante de estupro, quando há má formação do cérebro ou quando há risco de morte para a mãe. E ainda assim, o aborto é apresentado nestes casos traumáticos como opção (não é automática, muito menos obrigatória). Muitas mulheres escolhem levar adiante a gestação, por entenderem que aquela vida tem o direito de acontecer, independente dos traumas passados e dos riscos presentes. Em resumo, estes casos são exceções. E não podemos subverter regras tendo como justificativa suas exceções.

Aborto como método anticoncepcional nada mais é do que "passar a mão na cabeça" de quem quer praticar sexo inconseqüente. De quem não quer se responsabilizar por suas ações. E justamente por usarmos o sexo para o prazer ou por uma questão de status, é preciso voltar a afirmar o óbvio: a função primordial de qualquer relação sexual é a reprodução. E, assim sendo, é preciso responsabilidade. Muitos dizem que serviria como controle de natalidade. Mas isto deve ser feito antes da relação sexual, pelo homem e pela mulher. A responsabilidade é de ambos. São eles que devem usar preservativos ou remédios anticoncepcionais. São eles que devem tomar cuidado. São eles que devem buscar outras formas de prazer (sexo oral, sexo anal, masturbação). E, caso não haja alternativa, são eles que devem NÃO TER a relação sexual. Caso contrário, são apenas escravos da própria libido. São bestas e bestiais. Toda relação sexual é uma gravidez em potencial; não existe gravidez acidental.

Arrisco uma previsão. Liberado o aborto, três situações certamente aconteceriam, ainda mais em um país desordeiro, promíscuo e mal-educado como o nosso: 
  1. Diminuição considerável na venda de preservativos e remédios contraceptivos.
  2. Aumento drástico nos casos de doenças sexualmente transmissíveis.
  3. Redução a zero do número de nascimentos de crianças com Síndrome de Down (deixo para você ponderar se isto seria bom ou ruim).
É importante não subjetivar esta discussão de acordo com qualquer viés "da moda", seja ele qual for: esquerdista, direitista, machista, feminista. Se é para ser algum "ista", que seja HUMANISTA. Precisamos mostrar entendimento (e até mesmo respeito e gratidão) dos milênios de evolução pelos quais a espécie humana já passou. Não podemos nos comparar e nos nivelar a bichos (mesmo quando muitos de nós se comportam como tais). Não nos tornamos a espécie dominante do planeta à toa. É preciso evoluir ainda mais. E não voltarmos a ser bestiais.

Talvez eu esteja equivocado e o aborto seja uma solução. Ainda assim, pergunto: se liberassem o aborto, haveria atendimento gratuito pelo SUS, para as pessoas sem condições de pagar pelo procedimento? Como isto seria feito? Em que momento da gestação? Durante as primeiras semanas? Em qualquer momento, até mesmo perto do nascimento? E se fosse assim, qual seria a diferença, em termos conceituais, entre abortar uma criança antes dela nascer e jogar um criança recém-nascida pela janela? Da forma que vejo, nenhuma. Apenas um pai ou uma mãe que não querem se responsabilizar por seus atos e decidem acabar com uma vida, sem que esta tenha qualquer possibilidade de se defender.

Vasectomia e ligadura de trompas são oferecidos gratuitamente pelo SUS. Por que não investimos na informação e educação sobre estes dois procedimentos? Por que não vinculamos estes procedimentos a solicitantes do Bolsa-Família (afinal, se está pedindo dinheiro é porque não tem condições de criar filhos e, portanto, estas opções deveriam ser oferecidas ou até mesmo obrigatórias para o recebimento do benefício). Por que não nos tornamos, de fato, maduros e responsáveis, sem precisar recorrer a um ato que, em seu conceito mais básico, é nada mais que assassinato de um indefeso?

Porque é mais fácil fazer o errado. Simples assim.