quarta-feira, 6 de julho de 2022

Uma Odisséia Encantada e de Trevas

Por muito tempo, dois jogos de um clássico console de videogame foram meu sonho de consumo. Antes um sonho distante, mas, enfim, realizado.

 

No texto de minhas Lembranças do Atari, comentei brevemente sobre minha iniciação na jogatina eletrônica, que, além do Atari, se deu através de jogos de fliperama e do Magnavox Odyssey² (lançado no Brasil pela Philips e chamado simplesmente de Odyssey). 

Também citei dois títulos do sistema que sempre cativaram meu interesse. E neste ano de 2022, eles finalmente entraram para a coleção. 

Em um grupo de vendas de uma rede social das interwebz, encontrei um anúncio de vários jogos do Odyssey, oferecidos a preços justos e atraentes. Outras tantas vezes já havia pensado em adquirir os produtos, mas os preços eram sempre nada convidativos, especialmente em relação a edições completas. Desta vez, entretanto, não me fiz de rogado.

O primeiro jogo é Senhor das Trevas. Lançado em 1982 nos Estados Unidos com o nome Attack of the Timelord (e na Europa como Terrahawks), chegou ao Brasil em 1983.

É um jogo no estilo shoot'em up vertical com cenário estático, bem aos moldes de outros clássicos como Space Invaders, Galaga e Megamania (do Atari 2600). Sua nave (ou melhor, máquina do tempo) se movimenta lateralmente e deve disparar contra asseclas do temível Senhor das Trevas, que surgem no alto da tela, ao longo de 256 níveis de diferentes dificuldades. 

O outro jogo é o antológico Didi na Mina Encantada, também lançado em 1983 no Brasil. A obra fazia referência ao filme "Os Trapalhões na Serra Pelada". Na verdade, é uma versão de Pick Axe Pete lançado nos Estados Unidos em 1982 (e também na Europa, grafado como Pickaxe Pete).

É um jogo de plataformas, em que o trapalhão Didi deve usar uma pícareta para quebrar pedregulhos, encontrar chaves para entrar nas portas dos cenários e coletar pepitas de ouro. Simples, mas viciante. Posso estar enganado, mas imagino que foi o primeiro jogo eletrônico com um personagem brasileiro (se não contarmos Sargentelli e suas mulatas que estampavam a máquina de pinball Oba Oba, de 1979). 

E assim estão apresentadas duas aquisições há muito desejadas. Aquele gurizinho, que jogou o primeiro título na casa de um amigo e apenas viu o segundo em anúncios de revistas e nas vitrines de lojas, hoje se alegra em ter ambos os itens em mãos. Afinal de contas, de que vale a vida, se não para realizar sonhos, mesmo os mais simples (e, geralmente, mais belos)?

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ATUALIZAÇÃO: 05/06/2023

Adicionei o clássico Come-Come à diminuta coleção.


O nome original deste jogo nos Estados Unidos é K.C.'s Krazy Chase (e Crazy Chase, na Europa). Tal qual o seminal Pac-Man, consiste em controlar uma criatura em labirintos, a fim de comer itens e fugir de outros seres. Não é à toa que as pessoas faziam confusão e chamavam ambos os jogos de "Come-Come" no Brasil.

Enfim, a coleção é pequena, mas são três títulos de respeito, que sempre desejei nos tempos áureos.

E Zé Finim!