sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Meu primeiro DVD

O primeiro filme em DVD ninguém esquece. Ainda mais quando o primeiro filme, na verdade, foram dois.


No início dos anos 2000, um novo formato de apresentação audiovisual se tornava cada vez mais presente no mercado de home video nacional, por duas décadas dominado pelo VHS. Outra sigla simples de memorizar, que prometia feitos dignos dos melhores contos de ficção científica. Excelente qualidade de áudio e vídeo, possibilidade de selecionar entre áudio original e dublagens, reprodução com legendas em diversos idiomas, presença de conteúdos extras. E tudo em um disco fisicamente similar a um CD.


Mais ou menos nesta época, eu havia trocado meu clássico PC Pentium MMX 233 por um poderoso Pentium 4, com placa de vídeo Nvidia GeForce 2 MX e demais traquitanas modernosas. O motivo principal? Poder jogar Jedi Outcast sem problemas. Este novo computador tinha um drive gravador de CD e leitor de DVD. Finalmente eu teria meu primeiro contato com este novo e tão comentado formato. Era hora de comprar algum filme. Pois uma bela tarde voltava eu para casa quando, ao passar por uma banca de revistas próxima de minha residência, me deparei com um pacote que estampava um de meus personagens prediletos.


Tratava-se de uma promoção. O pacote continha dois fascículos de uma coleção da revista Caras com filmes em DVD. Não titubeei. Pacote comprado. Por R$ 19,90. Uma pechincha. Cada publicação era acompanhada do filme em questão e trazia informações sobre diversos lançamentos, com destaque para o título de capa.


Ambos os filmes oferecidos nesta coleção eram edições previamente lançadas pela Flashstar no mercado brasileiro.

 
A capa tem a mesma arte da edição original da Flashstar, com uma moldura vermelha da Coleção Caras. O verso segue o esquema em vermelho, com imagens e informações do filme. Não há arte impressa no disco, apenas o título da produção, o logotipo do DVD e informações de fabricação.


Inseri o disco do primeiro filme no drive do PC e voilá! Surgiu a tela de abertura da Flashstar, uma introdução com cenas do filme, seguida por um menu interativo, algo incomum e muito valorizado à época. Uma pequena tela mostra mais cenas da produção. A cada item selecionado, há uma breve animação de transição.


Iniciei o filme. Alegrei-me ao ver que estava no formato de tela original widescreen (mesmo que não-anamórfico). Pressionei o botão de seleção da trilha de áudio e mudou para a dublagem brasileira. Não era a dublagem clássica, mas ali estava uma das vantagens do novo formato. Mostrei para meu pai, minha mãe, meu irmão. Exceto pela tecnologia da tecla SAP (que nem todos os canais de televisão ofereciam), era algo totalmente inédito, "coisa de outro mundo". Assisti aos trailers, li as notas de produção.

Fui conferir o segundo disco. O mesmo padrão para a capa, o disco e o menu. Entretanto, a decepção veio quando constatei que o filme não estava apresentado em seu aspecto de tela original, mas em full screen. Um de meus primeiros filmes em DVD estava "mutilado".


Não muito tempo depois, comprei meu primeiro aparelho reprodutor de DVD, um SVA D-1000.

 
E o primeiro DVD "de verdade"? A edição dupla de "Homem-Aranha". Um belo pacote com o excelente filme, disco extra repleto de conteúdos especiais, encarte, luva com efeitos de alto relevo. A única lástima é o fato de o filme ter sido apresentado com seu aspecto de tela convertido para o formato de "tela cheia". Pois é, meu primeiro DVD "de verdade" também mutilado.


Na verdade, comprei esta edição antes do reprodutor de DVD. E logo que adquiri o SVA D-1000, meu irmão e um primo foram tentar assistir ao filme do Aranha. Não lembro o motivo pelo qual eu não estava em casa. Só lembro que ao voltar, eles vieram relatar que estavam a assistir ao filme e o disco trancara dentro do dispositivo.

Pensei em abrir o aparelho para tirar o disco, mas temi perder a garantia. Assim, levamos o dito cujo à loja onde fora comprado. O atendente disse que o equipamento deveria ser enviado à assistência técnica e que todo o processo poderia durar cerca de uma semana, pois era fim de ano e a demanda era grande. Estávamos com viagem agendada para o dia seguinte. Explicamos a situação, pleiteamos, negociamos, discutimos, até que a loja conseguiu agendar para o mesmo dia o atendimento. O disco foi retirado de dentro do aparelho, o reprodutor foi revisado, nenhum defeito foi encontrado. E até hoje ele funciona sem qualquer problema. Apenas um caso de estresse à toa mesmo.

A partir de então, continuei a comprar DVDs e a assisti-los no SVA D-1000, bem como em meu PC. A coleção começou a tomar forma. Vieram mais filmes e, depois, o reprodutor de DVD portátil Philips DVP 320. Agora eu podia apreciar meus filmes em DVD quando viajava à Cidra Beach. E a coleção continuou a crescer.


O tempo passou. Entrei no mundo da alta definição com o player DBR-750 da Tec Toy (ou Tectoy, como queira) com toda sua versatilidade para reproduzir Blu-ray e DVD.


Diversas instâncias nesta jornada de colecionador que iniciei em 2002. E tudo isto começou com aqueles dois DVDs "de banca" com filmes estrelados por Sylvester Stallone.