segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Menino e o Mundo

Escrevi um texto sobre O Menino e o Mundo no Blog do Jotacê, que causou certo alvoroço nas redes sociais do mesmo. Portanto, eis mais alguns pitacos e respostas ao debate:



O texto a seguir foi originalmente escrito em 16 de janeiro de 2016. Não publiquei para não fomentar uma discussão sem sentido no BJC, o que certamente aconteceria. Mas já que escrevi, o jeito é publicar. Então lá vai...

A todos que repercutiram este texto nos comentários e nas redes sociais do BJC:

Se você considera como "cultura" o funk brasileiro (que só fala sobre bebidas, sexo, novinhas, violência e é, em grande parte, usado como fachada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas), o sertanejo universitário (que também faz muita alusão a beber até cair, "passar o rodo na mulherada" e é nada além de uma subversão de um estilo musical realmente importante), além de outras baixarias, degradações, reality shows e afins...
Apenas pare. Reveja seus conceitos.
Você é parte do problema.

Sobre a animação, que virou notícia da noite para o dia: apenas confirma o texto; faltou maior divulgação, por parte de mídia, empresas e governo (a obra foi produzida com dinheiro público). E faltou interesse geral de nossa parte (mas pras guampas da Joelma e da Ivete ou pro novo topete do Neymar nunca falta). Só mostra como somos alienados, voluntariamente ou não.

Sobre a edição, que voltou a ficar disponível em diversas lojas: confirma o texto novamente. É o "efeito Oscar". Mas cadê o Blu-ray? Cadê uma edição especial? Cadê algo a mais para enaltecer, em nosso país, uma obra que está nos representando, com dignidade, no exterior?

Sobre o autor do texto: não sou crítico de cinema. Ainda precisaria comer muito feijão e arroz para isso. Sou um cinéfilo com algum conhecimento técnico e artístico. Sou um colecionador com apreço por edições competentes. E assisto a tudo que compro, não tenho edições apenas para enfeite (embora minha estante seja realmente uma beleza de se olhar). Baseado nisto, emito minhas opiniões. Minha opinião é verdade absoluta somente para mim (até o dia em que eu decidir mudar de opinião). Quem quiser concordar ou discordar, pode ficar à vontade. E assim segue o baile.

Sobre a irreverência usada no texto: não se explica nem se justifica piada e ironia. Ou você entende ou não. Ou você acha graça ou não. Não entendeu? Procure se informar. Não achou graça? Problema seu. Mas ainda assim, sinto muito, tentarei fazer melhor da próxima vez.

A culpa e a responsabilidade, por tudo neste país, são de todos nós. E não se trata de governos e partidos. Ainda mantemos uma mentalidade mesquinha: Política é o novo Futebol. Queremos defender partido como se fosse clube. Enquanto perdemos tempo brigando, eles perdem tempo brincando com o nosso dinheiro (todos, independente de partido). É preciso entender que não é questão de partido. É questão de POVO e GOVERNO. E o GOVERNO existe para atender ao POVO. Mas isto é conversa para outra ocasião.

De volta à pauta: há um tom de crítica, sim, não só neste como em outros tantos textos, mas a intenção maior sempre é fazer rir das nossas mazelas, enquanto não encontramos um meio de resolvê-las. Repito, o texto é uma questão de opinião. Concorde, discorde. Só não tente argumentar contra fatos. E o fato é que, cultural e socialmente, nosso panorama é cada vez mais triste.

A discussão cultural é maior do que apenas um gosto musical ou uma predileção por este ou aquele programa de televisão, filme ou artista. Inclui a mensagem, a intenção e tudo mais que está por trás de determinada obra, só para começar. A verdade dói, mas é mais fácil rotular de preconceituoso (ou com "complexo de vira-lata") quem critica o (mau) gosto generalizado, do que aceitar que nossa "cultura" está cada vez mais rasa. E isto é um reflexo de (e reflete em) nosso povo e nossa percepção de nação.

Há um combate eterno daquilo que é culturalmente relevante contra aquilo que é apenas lama para os porcos chafurdarem. E sim, é algo que acontece em qualquer lugar do mundo. Mas isto não nos isenta da luta. Não sejamos os porcos que se contentam com qualquer lixo. Momento filosófico encerrado, agradeço a todos que leram e se deram ao trabalho de comentar.

Agora dá licença que vou ali ver quem está no paredão...