quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Não espere misericórdia

Hora de tratar de mais uma tranqueira


Expect No Mercy é um jogo de luta produzido em 1995 pela Microforum. É um clone de Mortal Kombat, com personagens e cenários digitalizados, que usa e abusa da violência. E que também tem fatalities bem no estilo brutal e completamente nonsense da obra da Midway. Comentei brevemente sobre este jogo aqui.


O jogo é baseado no filme de mesmo nome (que no Brasil recebeu o título "Mercenários da Morte"), dirigido em 1995 por Zale Dalen e estrelado pelo astro dos filmes-B de ação Billy Blanks, além de Jalal Merhi e Laurie Holden (sim, a Andrea de The Walking Dead). O enredo: agentes do governo precisam se infiltrar nos domínios do insano vilão Warbeck que, além de seu exército de mercenários, utiliza um avançado sistema de realidade virtual para ampliar seus poderes e derrotar quem se colocar em seu caminho.


O jogo segue a mesma premissa. O trailer apresenta uma empolgante trilha techno típica da época, além de assumir a referência e tirar sarro do título que imitava ("isto está além de Mortal Kombat"):


O jogador controla um personagem sem nome (aqui chamarei de Player 1), que recebe instruções de Eric (interpretado por Jalal Merhi).

Ryu + Ken + uma pitada de Johnny Cage = Player 1
Eric informa.
O personagem, assim como ocorre no filme, é inserido no ambiente virtual de Warbeck.


A partir de então, enfrenta uma gama de lacaios do vilão, até o confronto final.

Player 1, Dominatrix, White Ninja, Damian
Fango, Evil Clown, Red Ninja, Spider
Warbeck, Khan, Black Ninja, Head Enforcer
Os primeiros quatro inimigos (Khan, Fango, Dominatrix e Evil Clown) fazem parte de um "modo de treinamento" do ambiente virtual. Ainda assim, oferecem perigo ao jogador desavisado.

Evil Clown não é muito engraçado quando apela.
Vencida esta primeira etapa, será preciso enfrentar todos os demais, até encontrar o vilão Warbeck. 

Warbeck demonstra todo seu poder.
Entre os duelos há estranhas fases de bônus, em que é preciso acertar a mira em pares de olhos na tela, para revelar os rostos dos adversários.

 
Os fatalities são brutais. O golpe do personagem principal é um chute invertido nas costas do adversário, que faz saltar seu coração na tela.


Demais personagens apresentam atos igualmente cruéis: Por exemplo, Fango sopra uma labareda de fogo (Scorpion aprova), Head Enforcer usa uma metralhadora para literalmente deixar o adversário em restos (alguém lembrou do Stryker?). E Khan (um primo pobre do Raiden) eletrocuta o adversário até sua bolsa escrotal explodir.



O clima tosco tem seu charme. Mas o jogo deixa a desejar onde não deveria. Os gráficos são simples, assim como a trilha sonora. A movimentação é truncada, os comandos não respondem bem. Ou seja, jogabilidade comprometida (como acontece com tantos outros clones de Mortal Kombat). Além do modo Mission (onde só é possível selecionar o Player 1), há o modo Versus, no qual todos os personagens são selecionáveis.

Fango e Head Enforcer no modo versus.
Joguei bastante esta pérola, ao encontrá-la em uma edição da revista Super CD-ROM. Eram os velhos tempos do Pentium MMX 233 com Windows 95.

 
Como curiosidade, no disco também havia um vídeo escondido com uma demonstração do jogo Maabus (sobre este não sei muito, mas trailer com música de Ice MC e Alexia tem seu valor):


Enfim, Expect No Mercy é tosco, mas, assim como o filme em que foi baseado, pode render alguma diversão. Apenas diminua bastante suas expectativas. E não espere misericórdia.