quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Doutor Estranho

Assisti a Doutor Estranho, nova empreitada cinematográfica da Casa das Idéias. O que eu sinto a respeito de tudo... é estranho. É estranho como é simples: a Marvel não erra.



 
Mais um personagem apresentado nas telas de cinema de forma competente, com direito a breves reflexões científicas, filosóficas e espirituais. Reflexões superficiais, é claro, já que o foco está na ação e na aventura. Obviamente, é preciso contar a origem do herói e, assim, o ritmo parece irregular, com alguns momentos apressados e outros mais lentos. Ainda assim, no geral, a trama flui de forma satisfatória, sem perder muito tempo. As exposições são feitas, muitas vezes, em meio à ação.

Somos apresentados a Stephen Strange e Christine Palmer, logo em seguida ele sofre seu acidente, busca tratamentos, até se dirigir a Kamar-Taj, encontrar Mordo e a Anciã para iniciar seu treinamento nas artes místicas. E a partir de então, passa a enfrentar Kaecilius e seus seguidores, além da ameaça de Dormammu. Trama simples e eficiente. E o embate entre o Doutor Estranho e Dormammu é peculiar, com um desenrolar inesperado e divertido.


As atuações são competentes, como já era esperado de um elenco formidável. Não preciso rasgar seda, ainda que discorde das alterações de etnia e gênero de alguns personagens. A lamentar o fato de os vilões terem sido apresentados sem maior profundidade. Uma curiosidade: além do herói, Benedict Cumberbatch também dá vida ao vilão Dormammu, através da captura de movimentos.

O visual é diferente de tudo já mostrado pela Marvel. Os efeitos especiais têm clara inspiração em A Origem (e ouso dizer que vão mais além). Os enfrentamentos acontecem das mais diferentes e místicas formas, trazendo novas nuances e novos riscos a cada combate. E o Manto da Levitação rouba a cena.


Já no quesito trilha sonora, apesar da competência, a trilha de Michael Giacchino não possui um tema principal marcante, como todo filme de super-herói deveria ter (e como não acontece na maioria dos filmes heróicos atuais).

O filme tem um humor mais sutil e menos piadista. É justamente em momentos de piadas "moderninhas" que o filme perde pontos, como quando Strange faz graça com o nome de Wong e de outros artistas da música pop. Ainda assim, não compromete, apenas causa sorrisos bobos.

Em resumo, é um ótimo entretenimento.
É estranho como é simples: a Marvel não erra.